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Não ser Perfeita

Não ser perfeita e ser inacreditavelmente ideal fazem parte do processo de transformação por algo que acreditamos ser melhor – ensino, pesquisa e extensão – sejam bem vindos à Botânica: do Hobby à Profissão.

E ser inacreditavelmente ideal

Hobby – atividade de entretenimento, passatempo, mania.

Faz parte do processo de Transformação

Atividade de extensão desenvolvida no Caps II, em Vitória da Conquista, com alunos de biotecnologia e farmácia da UFBA, usuários e funcionários.

Pesquisa e Luta

Plantas medicinais, plantas que curam, o remédio que vem da natureza. Eficácia no tratamento de vários sintomas e doenças também requer cuidados no seu uso. O natural pode fazer mal.

Por algo que acreditamos ser melhor

Alimentos funcionais – a saúde na mesa de forma barata e prática.

domingo, 28 de agosto de 2011

Um pouco de literatura de cordel

Vi esse material, muito interessante e vou partilhar com vocês. Existem outros cordeis também muito legais, visitem o site: http://www.gargantadaserpente.com 
As plantas
(Alfred' Moraes)

Está escrito nos livros
Que a natureza utiliza
A borboleta e a brisa
Como fertilizadores,
Nesta função, a abelha,
Ao beija-flor, se assemelha,
Na fecundação de flores.
As plantas não se deslocam
Nem cruzam como animais,
Usam elementos florais
Na produção dos filhotes.
O Criador foi perfeito
Pra tudo Ele deu um jeito
Distribuindo os seus dotes.
E então dotou criaturas
De hábitos singulares
Que só comem nos lugares
Onde o vegetal floresce.
Seu restaurante é a flor
"Missão"-Polinizador
A flora inteira agradece.
É assim que a natureza
Renova-se eternamente
Toda a espécie vivente,
Seja da fauna ou da flora,
É sempre um reprodutor
Obra de Deus Criador
Isso ninguém ignora.
Nem a ciência moderna
Conhece todas as plantas
No mundo inteiro são tantas
A serem catalogadas.
Que em nenhuma enciclopédia
Ou mesmo a Wikipédia
Estão atualizadas.
Todas as formas viventes
Formam a biodiversidade
Mas, há singularidade,
Em cada organismo vivo,
Do fungo à maior sequóia,
Da bactéria à jibóia,
Cada ciclo é exclusivo.
As espécies angiospermas
São as que ficam floridas
Com flores tão coloridas
De uma beleza incomum.
Das quais exalam os olores
Atraindo os beija-flores
Para um doce desjejum.
No tempo da floração
O pintor da natureza
Desenha com sutileza
Uma aquarela em matizes.
A vida, feita em nuances,
Reabre o leque de chances
Pra que a mesma se eternize.
As sequóias milenares
E às transgênicas de agora
Do mesmo jeitinho, flora,
Pra depois frutificar.
Fazer florir, ninguém sabe,
Só à natureza cabe
Esse mistér singular.
Muitas plantas são famosas
Pelos frutos produzidos
Vários deles consumidos
No mundo, diariamente.
A banana e o arroz
Certamente são os dois
Mais conhecido da gente.
Grande parte das espécies
Só existem no Brasil
O mundo já consumiu
Quase todo o seu estoque.
E agora, sem parcimônia,
Querem que toda a Amazônia
Vire, tão somente, um bosque.
Livros que falam da lenha
Combustível da lareira,
Do esterco sobre a leira
O mais nobre nutriente,
Do chuchu e do tomate,
Da cidreira e do chá-mate,
Que acalma os nervos da gente
A região Amazônica
Foi tão privilegiada
Que é a mais arborizada
Entre todas do planeta.
São espécies tão diversas,
Algumas delas, imersas,
Em áreas de água preta.
Existem árvores nobres
E também ornamentais,
Tem plantas medicinais
Que a cura vem das raízes.
Orquídeas e samambaias
São como areia na praia
Em diferentes matizes.
Castanheira e andiroba,
Cumaru e cupiúba,
Pau d'arco e maçaranduba,
Angelim e Jatobá,
Ipê, mogno e jarana,
Quaruba e piquiarana,
Acapú e marupá.
São algumas das espécies.
Da Amazônia legal.
Na floresta virginal
São espécies gigantescas,
Com suas copas frondosas
E alturas prodigiosas
Conservam as raízes frescas.
As plantas nos dão: os frutos,
Caule, folhas e raízes;
Perfume, seiva e matizes,
Sementes, madeira e sombra,
Enzimas, verdura e flores,
Dos mais diversos olores,
Bebida, remédio e lombra.
Como certo mururé
Cuja folha é um espetáculo
Presa num longo tentáculo
Que vem do fundo do rio.
Folha redonda gigante
"Lua verde" flutuante
Abrigando rãs no cio.
Livros que falam da rosa,
Da roseira e do espinho,
Do algodoeiro e do linho,
Da pimenteira e do molho,
Do mate e do chimarrão,
Do pinho e do violão,
Do coentro e do repolho.
Falam da cana e da pinga,
Da oliveira e do azeite,
Da seringueira e do leite,
Do cedro e do pau-brasil,
Do resistente pau d'arco
Usado pra fazer barco,
Do carvalho e do barril.
Livros que falam da alga
Vegetal enigmático
Que no mundo subaquático
Cresce, reproduz e morre.
Tem importância vital
No processo natural
Se um desequilíbrio ocorre.
Livros que falam da força,
Dos ventos, e dos temporais,
Do viço que chuva trás
Às sementes ressequidas.
O broto audaz rompe a cova
O ciclo então se renova
No calendário da vida.

sábado, 27 de agosto de 2011

Curso de Agente de Fiscalização Ambiental em Salvador

http://ead.fieb.org.br/cursosgratuitos/
 DESCRITIVO DO CURSO DE AGENTE DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Turma:34550 Período:19/09/2011 A 16/12/2011
Local:SALVADOR Turno:Matutino
Frequência:75% Média:7,0
Descritivo:
Curso Agente de Fiscalização Ambiental


1. IDENTIFICAÇÃO
TITULO DO CURSO: Curso Agente de Fiscalização Ambiental
MODALIDADE: Qualificação Profissional Gratuita - CQPG
EIXO TECNOLÓGICO: Área Ambiental
TIPO DE OFERTA: Comunidade
CLIENTE: Comunidade
CLIENTELA: Pessoas que necessitam de uma qualificação profissional, visando a sua inserção ou re-inserção no mercado de trabalho com a finalidade de adquirir, ou atualizar, conhecimentos na área de Meio Ambiente.
CARGA HORÁRIA: 240 horas/aula

OBJETIVO

Proporcionar aos educandos uma formação que possibilite a aquisição de conhecimentos teóricos e práticos desenvolvendo habilidades e competências básicas para atuarem na área de Meio Ambiente, visando aumentar o potencial de empregabilidade, e garantindo condições adequadas para a iniciação profissional no mercado de trabalho.


REQUISITOS DE ACESSO

Os candidatos ao curso deverão:
" Ter idade mínima de 18 anos.
" Graduação mínima requerida: Possuir nível médio completo.
" Estar desempregado


PERFIL DE CONCLUSÃO

O profissional ao ter concluído o curso terá habilidades e competências para:

" Identificar impactos ambientais;
" Identificar a legislação aplicada ao meio ambiente;
" Reconhecer os princípios e técnicas de Produção mais Limpa (P+L);
" Reconhecer os processos de tratamento de resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas;
" Contribuir no processo de implantação e manutenção de SGA e SGI.
" Reconhecer procedimentos de monitoramento ambiental;
" Aplicar técnicas de educação ambiental;
" Realizar atividades de inspeção ambiental.



MATRIZ E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR


MÓDULO I: Competências Básicas

Redação Técnica (40hs): Leitura e Interpretação de Texto; Concordância Nominal; Concordância Verbal; Produção de Textos (Descrição /Narração/ Dissertação); Ortografia; Pontuação; Acentuação; Elaboração de Currículo.

Matemática Aplicada(40hs):Revisão das operações básicas (soma, multiplicação, subtração, divisão, frações, potência); revisão de equações do 2º grau; proporções, regra de três (simples e composta); porcentagem; sistema de medidas (unidades de medida do SI, perímetro, área e volume das figuras básicas; ângulos).

Segurança Industrial (20hs): Agentes de Acidentes e Fontes de Lesão. Causas de Acidentes: Fator Pessoal de Insegurança, Ato Inseguro, Condição Ambiental de Insegurança. Conseqüências do Acidente: Lesão Pessoal e Prejuízo Material. Esboços de Mapas de Riscos Ambientais. Princípios Básicos do Fogo: Classes de Incêndio, Agentes Extintores e Métodos de Extinção Primeiros Socorros: Conceito, Avaliação das Vítimas, Ferimentos, Envenenamentos (inclui animais peçonhentos) Contusões: Hemorragia, Queimaduras, Fraturas, Luxações e Entorses, Afogamento, Choque Elétrico: Parada Cardiorrespiratória.

MÓDULO II: Competências Específicas

Gestão Ambiental (76hs): Conceito de meio ambiente. Os problemas ambientais. Histórico das iniciativas direcionadas para prevenção da poluição pelas empresas; SGA; Aspecto e impacto ambiental. Plano de Ação e Plano de Monitoramento. Auditoria. SGI. Política Nacional de Meio Ambiente. Produção mais limpa (Prevenção da Poluição e Técnicas de produção mais limpa); Monitoramento ambiental (Matrizes, malha amostral, planejamento e técnicas de coleta), Educação Ambiental (A importância da educação ambiental. Educação ambiental formal e não formal. Programas de Educação Ambiental. Técnicas de educação ambiental. Política Nacional de EA).

Resíduos Sólidos (20hs): Tipos, classificação, impactos e saúde pública, Política Nacional de RS, PGRS, Resoluções do Conama, técnicas de tratamento e destinação.

Tratamento de Água e Efluentes Líquidos (24hs): Água na natureza. A importância da água. Fontes de poluição da água. Técnicas de tratamento de água e de efluente. Portaria 518 e Conama 357. Monitoramento ambiental.

Emissões atmosféricas (20hs): Tipos de emissões gasosas: fontes, composição e toxicidade;
Principais métodos de controle e tratamento de emissões gasosas; Parâmetros de qualidade do ar e padrões de emissões gasosas (legislação relacionada).

CARGA HORÁRIA TOTAL 240


METODOLOGIA

" Serão sugeridas aos docentes a utilização, além das aulas práticas e expositivas, estratégias metodológicas como: simulados, painéis, fóruns, debates, seminários, apresentações e discussões de estudos de caso.
" Todas as atividades abordarão a questão ambiental de forma sistêmica, tendo como princípio norteador a interdisciplinaridade, estimulando no participante a criatividade, a capacidade de síntese, a iniciativa, a autonomia, o planejamento, a determinação e o espírito de equipe.
" De acordo com a pertinência com o tema, poderão ser realizadas visitas técnicas a empresas que atuam no setor de meio ambiente.



CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

" A avaliação será processual, contínua e envolverá os aspectos qualitativos e quantitativos de acordo com critérios pré-estabelecidos pelo docente, conforme os conteúdos estudados. Será considerado aprovado por média, o aluno que alcançar a nota igual ou superior a 7,0 (sete).


CRITÉRIOS DE CERTIFICAÇÃO


" Frequência, igual ou maior que 75%, correspondente à carga horária total de cada disciplina.
" Média final das avaliações quantitativas, por disciplina, igual ou superior a 7,0 (sete).
" O aluno que não obtiver média igual ou superior a 7,0 (sete) e/ou não atender ao critério de frequência mínima de 75%, poderá refazer a(s) disciplinas(s) em turma subseqüente.

Após a conclusão do curso, o aluno terá direito a receber o certificado de Educação para o Trabalho na modalidade de Qualificação Profissional em Agente de Fiscalização Ambiental.

Disciplinas:
- (QTEC46273) Emissões Atmosféricas - 20 horas
- (AGES4615) Gestão Ambiental - 76 horas
- (QMAT6006) Matemática Aplicada - 40 horas
- (QLET6006) Redação Técnica - 40 horas
- (AMB0112) Resíduos Sólidos - 20 horas
- (QSMS4617) Segurança Industrial - 20 horas
- (ATEC46320) Tratamento de Água e Efluentes Líquidos - 24 horas 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

SOS Jardim Botânico do Rio de Janeiro


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Etnobotânica: as plantas e o costume de um povo (Parte 1)


De acordo com Posey (1987) a etnobiologia é essencialmente o estudo do conhecimento e das conceituações desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito da biologia. É os estudo do papel da natureza no sistema de crenças e de adaptação do homem a determinados ambientes. Neste sentido, a etnobiologia relaciona-se com a ecologia humana mas enfatiza as categorias e conceitos cognitivos utilizados pelos povos em estudo.
Dentro da etnobiologia, vários campos de atuação podem ser definidos, partindo da visão compartimentalizada da ciência sobre o mundo natural, tais como etnozoologia, etnobotânica, etnoecologia, etnoentomologia e assim por diante, da mesma forma como podemos estudar diferentes sociedades a partir de uma abordagem da etnomedicina, etnofarmacologia, etc etc etc
Etnobotânica é o estudo das plantas em relação ao homem, seja como alimento, para uso na medicina, na religião ou crença, como fonte combustível, para artesanato, enfim, reflete uma cultura, conceitos, opiniões, idéias de um homem, uma população, uma comunidade.
Trabalhos colocam cerca de 20 espécies vegetais servindo de alimento para o mundo. Atualmente há uma grande pressão sobre alguns cultivares como soja, trigo, milho, aveia e batata, comparando com dados arqueológicos que mostravam 2000 a 4000 cultivares diferentes, que foram sendo selecionadas e algumas espécies acabaram se perdendo.
Há um artigo de Robert e Cristine Prescott-Allen, publicado na Conservation Biology em 1990 que acho muito interessante e coloco o resumo: "Os dados da FAO sobre abastecimento e alimento para 146 países foram analisados para identificar a mercadoria vegetal que compreende 90% do abastecimento per capita de alimentos vegetais em peso, calorias, proteínas e gorduras. A mercadoria vegetal foi dividida em dois grupos: mercadoria por espécie como as couves que podem se situar dentro de uma taxa de planta em particular e as mercadorias gerais como os azeites hidrogenados cuja origem taxonômica é desconhecida. Um total de 82 mercadorias por espécie e 28 mercadorias gerais compõem os 90% de abastecimento per capita de alimentos vegetais. As 82 mercadorias por espécie compreendem as 103 espécies de plantas. Só dessas mercadorias compreendidas em 75 espécies taxonômicas, contam individualmente por 5% ou mais de abastecimento de pelo menos um país, em uma categoria nutricional (vegetais em peso, proteína ou gordura vegetal). Esses dados são várias vezes mais altos que dados anteriores nos quais poucas espécies de plantas (7-10) alimentam o mundo. Estes novos dados se consideram mais certos porque derivam de dados sobre abastecimento em nível nacional em vez de dados a nível mundial, e de várias formas de medir a importância de uma mercadoria vegetal em vez de medir a importância de uma só forma. Os resultados sugerem que (1) a diversidade das espécies de plantas permanece como um fator significativo para o abastecimento de alimento no mundo e (2) uma prioridade na conservação é manter tanto a ampla diversidade de espécies como a diversidade das variáveis genéticas que se encontram dentro de cada espécie.

O que diferenciou os trabalhos? Metodologia de estudo!

Quando se trabalha com pessoas, populações isoladas ou escala mundial, se está automaticamente trabalhando com culturas. Podendo envolver religiosidade, misticismo, não apenas com plantas para fins medicinais, alimentação, ornamentação.
Desde o enunciado de Descartes: "Penso, logo existo" - o pensamento racional e o positivismo na ciência tornaram o conhecimento adquirido verdades absolutas, as quais não poderiam, de forma alguma, serem questionadas. A verdade passou a ser patrimônio da ciência e o cientista, o indivíduo responsável pela verdade, cujas idéias representavam autoridade e conhecimento irrefutável.
Mas o homem teve que se contentar com as limitações da mente, e os conceitos e teorias usadas para descrever a natureza eram aproximações da realidade. F. Capra (1982) já citava: "os cientistas não lidam com a verdade, eles lidam com descrições da realidade, limitadas e aproximadas". Também sempre agiram assim os magos e bruxas, pois interpretavam os acontecimentos da natureza e suas consequências, e expressavam uma determinada compreensão do universo e do relacionamento do universo com o homem, próxima da compreensão que os pesquisadores de hoje possuem.

domingo, 7 de agosto de 2011

Evolução dos organismos multicelulares

Texto de biologia adaptado de James W. Valentine - Scientific American 239:3 (104-117).

Arbusto hospedeiro de briófitas e líquens
Nos 400 milhões de anos que se seguiram ao aparecimento de alguma forma de reprodução sexual, a rápida diversificação de organismos eucariontes levou ao surgimento de formas de vida multicelulares, algumas delas reconhecíveis antecessores de plantas e animais de hoje.
Ciperaceae
A evolução no PreCambriano foi, em estilo e em tempo, diferente à da Era posterior, a Paleozoica. No PreCambriano os organismos eram microscópicos e procariontes, e até próximo ao fim da Era a taxa de mudança evolutiva estava limitada pela ausência da vantagem da reprodução sexual. Foi um tempo no qual os principais marcos na história da vida foram o resultado de inovações bioquímicas e metabólicas mais do que mudanças morfológicas. Por tudo isso, a influência na vida da Terra ocorrida no PreCambriano foi tão importante quanto a influência do ambiente na vida. Na verdade, o metabolismo de todas as plantas e animais também (por quê não?) que evoluíram subsequentemente se tornou possível pela atividade fotossintética das cianobactérias primitivas há mais de 2 bilhões de anos atrás.
Bromélia

Orquídea
Os animais e plantas que são vistos hoje no planeta são todos multicelulares, constituídos por até bilhões de células. Mesmo o mais simples organismo multicelular inclui vários tipos diferentes de células e os mais complicados podem ter cerca de 200 tipos celulares. Todas as plantas e animais evoluiram de eucariotos unicelulares. G. Ledyard Stebbins supõe que organismos multicelulares evoluiram independentemente de ancestrais unicelulares pelo menos 17 vezes. Existem hoje pelo menos 2 milhões de espécies multicelulares e muitas outras surgiram e foram extintas no decorrer do tempo.
Claramente, o nível de construção celular atingido hoje é vantajoso e bem sucedido. As principais vantagens provêm da repetição da maquinaria celular que ela encerra. Desta característica segue a habilidade para viver mais (algumas células individuais podem ser substituídas), para produzir mais descendentes (algumas são destinadas para a reprodução), para ser maior e ter maior estabilidade fisiológica interna e construir corpos com uma variedade de arquitetura. Além disso as células se tornam especializadas para uma função específica (não é à toa que estrutura e função andam lado a lado) com um resultante aumento na eficiência funcional.
Fungos em tronco
Muito do que é conhecido vem do registro fóssil. Os fungos são tão pobremente representados que sua evolução ainda é obscura, diferente de outros reinos. Os padrões de adaptação vistos hoje demonstram amplamente efetividade da evolução em adaptar individuos para enfrentar seu ambiente. Cada ambiente possui organismos particularmente adaptados para explorar as condições existentes nele (inclusive o homem no sertão ou no deserto), cada tipo de organismo desenvolveu-se por seleção para realizar um papel na biosfera. Quando um ambiente muda, a seleção natural atua de forma a mudar as adaptações, algumas vezes novos papéis ambientais estão evoluindo. A história da vida reflete uma interação entre mudança ambiental de um lado, feita paulatinamente, e o potencial evolutivo dos organismos de outro. As mudanças ambientais causadas hoje pelo ser humano, são tão bruscas que muitos organismos não conseguem se adaptar tão rapidamente a elas e acaba por extinto.
Entre as principais causas das mudanças biologicamente mais importantes, são os processos tectônicos. Continentes se deslocando nas gigantescas camadas da litosfera que se movem a uma taxa de poucos centímetros por ano, quebram ou colidem e podem se tornar consolidados, seguindo a uma colisão. Assim, um continente pode se fragmentar ou aumentar de tamanho e os padrões geográficos podem mudar radicalmente. Bacias oceânicas também podem se alterar e as consequências para os organismos podem ser profundas.
No curso da diversificação dos reinos multicelulares, pelo fim do PreCambriano, as algas marinhas multicelulares evoluiram, mas pouco é conhecido da diversidade ou abundância delas. É possível que as bactérias do lodo, fungos e plantas inferiores tenham colonizado a terra no período Cambriano e provavelmente as margens de pântanos e enseadas suportaram as plantas semiaquáticas. Contudo, as primeiras linhas de plantas terrestres cujos descendentes formam os principais elementos da flora de hoje surgiram no Siluriano.
A história evolutiva, na verdade, aparece como uma série de respostas biológicas a oportunidades ambientais. As diversificações perto do início do Cambriano produziram uma série de planos de corpos, adaptados a um modo de vida particular. Muitos desses planos provaram ser pré-adaptados a modos de vida futuros e foram extensivamente diversificados, hoje são os que chamamos de Filos. Outros foram extintos, oportunidades são criadas para a seleção desenvolver novos tipos de organismos entre os sobreviventes.
Os grupos que desapareceram não foram necessariamente os menos adaptados ou estruturalmente inferiores aos sobreviventes, exceto em relação à sequência de mudanças ambientais que ocorreram. Não se pode dizer que formas de vida habitariam a Terra hoje se a história física do planeta tivesse sido diferente. Pode-se apenas estar certo de que eles difeririam dos que existem hoje aqui e ainda nem sabemos o que vai acontecer com toda a mudança que o homem está provocando no plante.
Tudo pode acontecer.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A conquista do meio terrestre pelas plantas.

Imagina viver num ambiente aquático, onde tudo é mais fácil e acaba ficando lotado. As plantas começaram a avançar no ambiente terrestre e passaram a ter que enfrentar alguns problemas, afinal não se faz uma transição dessas da noite pro dia e muitos que tentaram acabaram extintos.
Foto de plantas ruderais
Na água, as plantas obtinham seus nutrientes em forma de soluções, que eram absorvidas por seu corpo quase por inteiro, não tinham preocupações com desidratação, remoção de resíduos metabólicos, seus esporos reprodutivos eram soltos diretamente na água, que servia de agente transportador, além de servir na proteção contra choques.
Quando começaram a transitar para a terra, tinham que enfrentar os problemas de dessecamento revestindo a parte aérea com uma cutícula impermeável (ou quase impermeável, pois a cutícula pode deixar passar até cerca de 5% de água). Também eram necessárias adaptações para o transporte dos esporos por outro agente, o vento. Tinham que ter um corpo ereto, para competir com sucesso pela luz e com isso a necessidade de ter um corpo rígido. E o que fazer com os produtos de excreção? Glândulas pra eles! Não havia fácil suprimento de alimento (água e minerais), portanto tinham que vir por meio do solo e serem transportados para as outras partes do corpo (daí a necessidade dos vasos condutores, inicialmente rudimentais, mais simples, e depois os vasos que conhecemos das plantas superiores).

Corte transversal de pecíolo
obtido em aula prática de anatomia vegetal
Lâmina feita na aula de anatomia vegetal
corte transversal de folha

Há a hipótese de que as algas verdes precisariam de adaptações para viver em seu próprio ambiente devido a secas estacionais que baixavam muito o nível de água em alguns locais e ainda naqueles que secavam completamente. Para plantas que viviam em locais sujeitos a secas estacionais era importante que tivessem um corpo mais ereto e rígido (também para competir com a luz solar e para sobreviver com níveis de água cada vez mais decrescentes), partes aéreas impermeáveis (cutículas) para reduzir o dessecamento, esporos revestidos para continuar a espécie caso a seca se agravasse, e transportáveis pelo vento pois poderiam ser levados a regiões em que a seca não fosse tão rigorosa e a espécie podia sobreviver próximo da água.
Um cientista chamado Lignier propôs a seguinte hipótese: se os ancestrais dos vegetais terrestres foram algas verdes, então esperaríamos que o corpo das primeiras plantas fossem semelhantes ao das algas, constituído por um eixo delgado, verde e ramificado. Imaginava que os primeiros vegetais dotados de uma ancoragem subterrânea e sistema de absorção que não passavam de meras porções ligeiramente modificadas do eixo principal do corpo, cuja estrutura interna era pouco diferente da estrutura da porção aérea. Apesar de não serem aceitas como sendo os ancestrais das plantas vasculares atuais, a descoberta de alguns gêneros de plantas servem como modelo para o estádio inicial de desenvolvimento do corpo vegetal, estádio pelo qual devem ter passado os ancestrais de cada uma das diversas linhas evolutivas de plantas vasculares.
São bastante parecidas com as algas, isso mostra um desenvolvimento a caminho da evolução para a vida terrestre pelo qual devem ter passado os ancestrais dos vegetais vasculares atuais. Mostra a evolução do xilema, formação de folhas (como na Baragwanathia), corpo ereto e revestido de cutícula.
Mas quais os ganhos evolutivos dessa transição toda? As briófitas ainda são completamente dependentes de um habitat úmido para sobrevivência do gametófito (que é sua fase dominante) e fertilização eficiente (esporos transportados pelo vento). Nas pteridófitas o gametófito fotossintetizante passou a ser independente do esporófito mas ainda dependem da água (na Selaginella a germinação e desenvolvimento do gametófito feminino dentro do megásporo com alimento evidencia uma forma de proteção). As gimnospermas aumentam o volume de xilema, não precisam de umidade, o núcleo do anterozóide é levado até a oosfera pela formação do tudo polínico, o gametófito feminino fica retido no esporófito que o produziu, a oosfera fertilizada conta com maior proteção em seus estádios iniciais de desenvolvimento, o embrião fica protegido pela formação da semente. As angiospermas são o grupo mais evoluído e em maior diversidade, visto os inúmeros ambientes em que são encontradas. Aqui a semente fica protegida pelo fruto, que também serve muitas vezes como agente dispersor ou facilitador da dispersão pela sua forma ou por atrair outros agentes.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Árvores ou arbustos?

Para muitos é difícil compreender a diferença entre árvores e arbustos. São plantas que muitas vezes caracterizam um ambiente, seja ele natural ou criado pelo homem como praças, jardins, calçadas. Elas dão o diferencial num projeto paisagístico, abrigam animais, embelezam os lugares com suas flores e frutos, dão sombra.
De maneira geral, as pessoas compreendem árvores como sendo vegetais maiores, de tronco único, copa alta e ampla, acima de 3m de altura, essa é a definição para o botânico. Mas nós encontramos árvores com troncos bifurcados ou multi-truncados.
Arbustos já são plantas de porte mais baixo, de caule ramificado e seus ramos geralmente ficam ao nível dos olhos, até 3m de altura. Quem trabalha com jardins pode considerar um arbusto algo que alcance até 5-6m de altura cujo caule seja ramificado. O que vale é o bom senso, mas na verdade as plantas não se importam para essa classificação que dados, classificar pra quê? Isso é só pra nós humanos que complicamos e tentamos organizar tudo ao nosso modo.
Se você tiver um jardim e tiver espaço, plante uma árvore ou um arbusto, de preferência que seja nativo pois atrai polinizadores locais e dispersores de sementes.

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