Atividade de extensão desenvolvida no Caps II, em Vitória da Conquista, com alunos de biotecnologia e farmácia da UFBA, usuários e funcionários.
Alimentos funcionais – a saúde na mesa de forma barata e prática.
Plantas medicinais, plantas que curam, o remédio que vem da natureza. Eficácia no tratamento de vários sintomas e doenças também requer cuidados no seu uso. O natural pode fazer mal.
Não ser perfeita e ser inacreditavelmente ideal fazem parte do processo de transformação por algo que acreditamos ser melhor – ensino, pesquisa e extensão – sejam bem vindos à Botânica: do Hobby à Profissão.
Hobby – atividade de entretenimento, passatempo, mania.
Meu gosto pela botânica...
Morava no interior da Bahia com minha família, meu pai era agrônomo especializado em estatística na Embrapa de Cruz das Almas, e minha mãe professora primária. Fazia o 3º ano do colégio, não tinha muita idéia do que queria pra mim como profissão, gostava da área ambiental, sempre assistia programas de TV ligados à área, quando por sugestão do meu pai, aceitei estagiar sem remuneração no Setor de Sócio-economia e estatística, onde descobri a vontade de estar lá fora no campo, nas casas de vegetação, analisando e discutindo os experimentos, não apenas digitando os dados obtidos para rodar nos programas estatísticos. Ter escolhido ciências biológicas e não agronomia também foi outro detalhe, vontade de trabalhar com ecossistemas, com organismos silvestres, conhecer leis ambientais e com plantas medicinais. Biologia é um mundo de coisa, eu sabia disso e durante o curso pude conhecer de perto algumas das áreas e afunilar minhas preferências.
Quando passei no vestibular foi a maior alegria pois eu estava concretizando o meu maior sonho, me tornar uma bióloga. Dentro do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, pude conhecer de perto o que é ser biólogo e não estar biólogo. Participei de diversos cursos, seminários, congressos e estágios, passei por greves e nos dois anos finais do curso, tive meus melhores estágios e pude definir com toda certeza o que queria. Gosto muito da área de ecologia e meio ambiente, trabalhei com ecossistemas costeiros, mais especificamente com cultivo de ostra e pude conhecer diversas técnicas que analisam os fatores que interferem no cultivo, que consequentemente afetam o meio ambiente. Além disso, conheci os ensaios de toxicidade realizados, que podem auxiliar em trabalhos contra contaminação e acidentes ambientais.
Quando estava perto de finalizar o curso e precisava fazer estágio de conclusão juntamente com a monografia, meu sangue botânico falou mais alto. Resolvi estagiar no Herbário da EBDA/Laboratório de Botânica (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário). Ao mesmo tempo, procurei a Profª MsC Lenise Guedes, na UFBA, para me orientar na monografia, eu queria fazer um levantamento etnobotânico, eu queria que meu trabalho tivesse um retorno para a população, que não ficasse apenas nas páginas de revistas científicas. E foi assim que surgiu o “Levantamento das plantas medicinais utilizadas no Povoado Sapucaia – Cruz das Almas – Bahia”, trabalho este publicado na Revista Brasileira de Plantas Medicinais.
Fui professora de biologia no ensino médio, ainda em Salvador e resolvi fazer um curso de especialização em plantas medicinais, oferecido pela UFLA (Universidade Federal de Lavras - MG). Curso e Universidade de excelentes qualidades, reconhecidos pelo MEC, onde tive a oportunidade de conhecer mais a fundo o que é feito na área, desde o cultivo, identificação da planta, até as maneiras como são extraídos os princípios ativos para produção de fitoterápicos. Depois fui cursar o mestrado, a área exige e o emprego até então não tinha aparecido. Minha área de concentração foi Botânica (Ecologia, conservação e utilização dos recursos vegetais da Região Nordeste) e meus experimentos foram desenvolvidos na Unidade Experimental Horto Florestal da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana). Durante o curso fui bolsista Capes e minha dissertação foi “Biometria de frutos e sementes, germinação e crescimento do angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul), sob orientação do Prof Dr Juan Tomás Ayala Osuna. Ainda na UEFS fui bolsista do CNPq no projeto “Micropropagação de espécies de sempre-vivas endêmicas da Chapada Diamantina”, cujo objetivo foi o desenvolvimento de um protocolo para micropropagação de três espécies de sempre-vivas endêmicas da Chapada e técnicas para conservação dessas em um banco de germoplasma no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais (LCTV-UEFS). Participei de vários cursos de curta duração e extensão, com algumas publicações.
Fui professora substituta na UFBA, para disciplina de botânica ministrada para a turma de farmácia (morfologia e anatomia vegetal), por 2 anos, onde compus banca de 2 trabalhos de conclusão de curso de Ciências Biológicas, na área de plantas medicinais. Hoje sou professora assistente da UFBA, desenvolvendo alguns trabalhos de ensino, pesquisa e extensão, com muitos planos, sonhos e expectativas.