Teorias de aprendizagem
Fonte
WAAL, Paula de; TELLES, Marcos. Teorias de aprendizagem. In:______. Epistemologia, Teorias da Aprendizagem e Projeto Instrucional. Disponível em: <http://www.dynamiclab.com/moodle/mod/forum/discuss.php?d=438>. Acesso em: 22 ago. 2008.
Atividade educativa sobre botânica, realizada em escolas públicas de Vitória da Conquista - BA - Projeto de Extensão - Permanecer 2012 |
As Teorias da
Aprendizagem descrevem a forma pela qual uma pessoa aprende o que as torna
intimamente ligadas aos conceitos propostos pela epistemologia. É, pois,
impossível compreender plenamente uma teoria de aprendizagem sem entender os
pressupostos epistemológicos na qual ela se baseia.
Nesse campo, das 3
correntes mais freqüentemente mencionadas, 2 têm bases epistemológicas
realistas (behaviorismo e cognitivismo) e 1 tem base idealista
(construtivismo).
É comum, aí,
apresentar-se behaviorismo e construtivismo como os extremos entre os quais se
situam outras correntes. Note-se, contudo, que é preciso analisar esse tipo de
relação com grande cuidado, pois nem sempre ela é claramente definida. Piaget,
por exemplo, dizia que o conhecimento é construído pelo indivíduo, mas não
repudiava a idéia de que a realidade existe fora do indivíduo.
Uma idéia bastante
aceita é aquela de que nenhuma teoria é a mais adequada para todas as situações
de aprendizagem. Assim, há correntes atuais que sugerem o aproveitamento
daquilo que de melhor cada teoria tenha a oferecer e a identificação de onde e
quando isso deva ser aplicado, respeitadas as bases conceituais de cada uma.
Behaviorismo (ligado ao realismo)
Para o
Behaviorismo, a aprendizagem é a aquisição de novos comportamentos que se
manifestam num quadro de respostas específicas a estímulos também específicos.
Sua ênfase está colocada nos comportamentos observáveis sem preocupação com os
processos mentais subjacentes; o que acontece na mente é visto com uma
"caixa preta". A posição do indivíduo que aprende é, meramente,
passiva (resposta a estímulos).
Para facilitar a
aprendizagem, deve-se criar os estímulos e oferecer reforços adequados.
Cognitivismo (ligado ao realismo)
O cognitivismo entende
que a aprendizagem ocorre através de um processo no qual as novas informações
recebidas são relacionadas com informações já existentes na mente do aprendedor
e só depois disso são gravadas na memória. Assim, o que for gravado na memória
será muito influenciado por aquilo que já existia na memória.
Mesmo aceitando
várias idéias do behaviorismo, o cognitivismo procura abrir a "caixa
preta" dos processos mentais, subjacentes à aprendizagem, pelos quais a
mente adquire e reorganiza suas estruturas cognitivas. Por outro lado, novos
comportamentos são aqui vistos apenas como indicadores dos resultados da
aprendizagem.
Modelos mentais,
schemata e memória de três estágios são temas importantes para o cognitivismo
Para facilitar a
aprendizagem deve-se, sobretudo, oferecer apoio ao processo de ligação da nova
informação com a informação já existente na memória.
Construtivismo (ligado ao idealismo)
Para o
construtivismo, a aprendizagem é um processo pelo qual o indivíduo constrói o
conhecimento. Isso significa que o indivíduo é um agente ativo de sua
aprendizagem que resulta em sua própria transformação como indivíduo; ele não
transfere o conhecimento externo para sua memória mas, sim, ele cria
interpretações do mundo baseadas em sua experiência anterior e suas
inter-relações com outras pessoas.
Condições externas
favoráveis, criadas no ambiente de aprendizagem, facilitam o processo.
É importante notar
que o fato de várias teorias serem classificad[a]s como construtivistas não
significa que não haja sérias diferenças entre elas. Esse é o caso, por
exemplo, das notórias divergências existentes entre dois expoentes do
construtivismo: Piaget e Vygotsky.
De outra parte, nem
sempre é simples ligar nomes a teorias; muitos autores, por exemplo, destacam
as contribuições de Piaget e Vygotsky ao cognitivismo.
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